Alberione apresenta para nós um rosto de Maria com algumas virtudes fundamentais,
que traduzem certas características da pastoralidade feminina:
- A escuta atenta de Jesus e das necessidades das pessoas, escuta esta que nasce do seu coração pobre e sensível.
- Maria: uma mulher de oração, podemos dizer até que, durante a vida pública de Jesus, a missão de Maria foi a oração. A verdadeira espiritualidade de Maria, para nós, entretanto, não deve tanto consistir em rezar apenas à Maria, mas rezar como Maria, ser e viver como ela viveu. Afinal não foi à toa que Alberione disse ser ela a primeira pastorinha.
- Maria – aquela que possui uma coerência interna de vida A vida de Maria, como Mãe do Bom Pastor, ofereceu a Alberione a chave para inspirar e traçar para nós o perfil da Irmã de Jesus Bom Pastor. “A pastorinha é mulher de grande vida interior, mulher de oração, que odeia a sombra do pecado e que realiza o bem”.
- Maria – modelo de pobreza: Maria viveu humildemente pobre e com os pobres. Pobreza esta que também implica numa libertação interior, ou seja, eu não me pertenço, pertenço a Deus. Nas palavras de Maria “faça-se ó Pai a vossa vontade”.
- O cuidado zeloso pela guarda do rebanho, particularmente de quem está ferido e abandonado. Para Alberione a presença da mulher associada ao zelo pastoral é fundante: “Maria formou Jesus, a Irmã de Jesus Bom Pastor formará e cultivará vocações religiosas e sacerdotais com verdadeiro espírito apostólico”.
- Uma profunda espiritualidade pastoral é fundamental para realizarmos bem nossa vocação, pois de Maria aprendemos que não há espiritualidade sem missão. Cultivar nossa espiritualidade como a dela é vivenciar a mesma mística que ela, e deixar que Deus nos fale e que aja em nós conforme sua vontade.
- A maternidade espiritual no ato de gerar os filhos de Deus e de guiá-los. Na anunciação quando aceitou ser mãe de Jesus, sentiu-se imediatamente associada à missão do Divino Pastor. Por isso, também ela é a Boa Pastora.
- A mediação e cooperação na obra da evangelização. Nossa Senhora colabora no ministério pastoral de Cristo: “enquanto Jesus ensinava o Evangelho, ela procurava vivê-lo no dia a dia. Maria foi a mais fiel discípula da pregação de Jesus, era um Evangelho vivo”.
Por tais virtudes Maria torna-se a inspiradora e o modelo das Irmãs Pastorinhas. O aspecto da exemplaridade é o que mais se destaca na mariologia de Alberione: “exemplo de Maria, como Maria…”. Para ele, isso deve criar em nós atitudes e disposições favoráveis à ação de Deus tal qual as de Maria.
(Extraído do Estudo sobre Maria Mãe do Bom Pastor, 1999)